17/12/12
13/12/12
«Sei que
há casos de pedofilia, só na diocese de Lisboa conheço cinco», diz a senhora na página 10. A PGR anuncia que decidiu mandar "instaurar um inquérito". Vamos aguardar serenamente os resultados do inquérito, há averiguações e interrogatórios para fazer, cada coisa a seu tempo. Enquanto isso, na diocese de Lisboa, as "alegadas" vítimas prosseguem as suas rotinas habituais. O mundo não pode parar.
11/12/12
Sim, pois,
naturalmente que a culpa é dele. Sempre são 13 meses de governação. Imenso tempo para resolver todas as trapalhadas criadas por quem esteve mais de oito anos quase ininterruptos no poder. A culpa é dele, da Merkel, dos mercados, dos italianos, do comboio, do Pai Natal e do circo. Quero dizer, do circo, não. O circo (re)começa agora e é património exclusivo do palhaço Sílvio.
16/11/12
Não há actividade*
mais mesquinha
e desprezível dentro de uma empresa do que a bufaria. Sem falsos moralismos,
concedo – também já os fiz – comentários maldosos sobre chefias, colegas, clientes.
Este tipo de maledicência, normalmente, esgota-se dentro de um círculo fechado,
sem outros frutos que não uma gargalhada ou uma piada de circunstância. Um
comentário sobre o mau hálito de um administrativo ou sobre os sapatos feios de
um director não tem consequências para ninguém, nem sequer para o inocente alvo
que há-de continuar despreocupadamente a falar a dois cm do nariz do próximo ou
a exibir os seus magníficos mocassins plastificados de biqueira fina. E é
perfeitamente democrático: haverá sempre um momento da nossa vida, em que
seremos nós o alvo. Calha a todos e ainda bem.
Já a bufaria pertence a um
campeonato diferente. Distancia-se da fofoca logo no objectivo. O bufo quer
chegar a algum lado, ou seja, bufa para tramar alguém. O galhofeiro orgulha-se
do que faz, que é simplesmente divertir-se e divertir os outros, o bufo tem
vergonha de si próprio, precisa de se promover, tem um objectivo claro e
definido. Usa um tom gelatinoso para actuar. Nunca é "pessoa para isso", está a
bufar porque "a situação assim o exige". Porque "os interesses da empresa estão à
frente das relações pessoais". O galhofeiro não pensa no futuro, vive o momento,
é destemido e ataca ao pé da máquina do café, o bufo investe no longo prazo, é cobarde
e age na surdina. Esgueira-se em passos de pantufa até à sala do patrão onde verte o seu fel, num fio de voz doce e cândido.
Isto tudo porque hoje esbarrei num bufo em pleno exercício da sua actividade e, para evitar o vómito, parti
em busca de cafeína. Abençoada máquina de café.
*este post tem uma destinatária que, infelizmente, não é exemplar único na empresa onde ambas trabalhamos. Mas, sem dúvida, que é a que tem maior taxa de sucesso.
*este post tem uma destinatária que, infelizmente, não é exemplar único na empresa onde ambas trabalhamos. Mas, sem dúvida, que é a que tem maior taxa de sucesso.
14/11/12
13/11/12
Parece que o mundo
académico e empresarial descobriu o fascinante mundo das conferências. Os auditórios e salas com nomes pomposos deste país andam animados com o entra e sai de ilustres oradores, que aproveitam para se promover a si e às suas empresas e instituições em "debates" sobre inovação, empreendedorismo, a crise como uma oportunidade, a internacionalização e banalidades do género, que não produzem conclusões, nem ficam para a história. Os ministros e secretários de estado abrem as sessões de trabalho, coisa que não lhes leva mais do que cinco minutos das suas apertadas agendas, a comunicação social vai atrás - e quando não é a própria a promover o "evento" - lá está para sacar umas declarações avulso, descontextualizadas, preferencialmente polémicas e "à margem da conferência", que ficam sempre bem num rodapé de televisão.
As conferências são portanto úteis para toda a gente. Para mim, não passam de uma manifestação saloia de uma certa cultura empresarial feita de aparências.
09/11/12
05/11/12
O Deutsche Bank
convocou a sua grupeta de administradores e directores para uma reunião de três dias num dos hotéis mais caros de Berlim, onde alugou todos os quartos cujos preços variam entre os 320 e 15 000 euros por noite. Na agenda de trabalhos, as próximas medidas de austeridade a adoptar depois do anunciado despedimento de 2 000 funcionários. Aos seus clientes, o Hotel Adlon sugere no site um saltinho ao SPA, onde todos poderão "Vergessen Sie für ein paar Momente die Welt und lassen Sie sich in traumhaft schönem Ambiente verzaubern", que significa qualquer coisa como "esquecer o mundo por alguns instantes e deixar-se encantar num ambiente fantasticamente bonito". Não tenho dúvidas de que seguirão o conselho à letra.
31/10/12
«Tem sido penalizada
por escolher a possibilidade de abordar o lado ligeiro e superficial das coisas», diz a presidente do júri que entregou o prémio PEN à escritora Rita Ferro, que entretanto, segundo a revista Sábado, vai começar a dar cursos sobre 'a arte da escrita' no valor de 60 euros, num pacote que inclui um 'almoço-volante' na sua própria casa. Feijoada ou cozido à portuguesa estão naturalmente excluídos da ementa, que se quer light e pobre em calorias.
29/10/12
14 milhões
de jovens na Europa entre os 15 e os 29 anos, não estudam, nem trabalham, entre eles 260 mil em Portugal, conforme se lê aqui. 14 milhões de excluídos. Quem são, o que fazem, o que procuram? Ou antes, o que acontecerá quando desistirem?
27/10/12
Hoje
vim aqui só para me oferecer a mim mesma a oportunidade de escrever o que efectivamente me apetece, mas entretanto desisti porque nem aqui isso é possível. Não há folha branca - no caso, ecrã branco - por mais anónima que pareça ser que me convença que não anda meio mundo, eu incluída, a mostrar aquilo que não é nem lá muito no fundo quer ser mas sim o que o outro meio lhe exige a toda a hora. Portanto, o meu palpite é que a única coisa realmente sentida que conseguirei escrever hoje é uma carta ao Pai Natal.
11/10/12
E ainda sobre a mesma temática,
50% dos trabalhadores a prazo no Estado vão ser corridos em breve num despedimento colectivo sem história em Portugal, mas os 48 despedidos do Público têm aquele élan, muito mais inspirador e propício a belas prosas de auto-elogio nas redes sociais.
Isto hoje em dia,
não há cá despedimentos, falências ou incompetências ou má gestão. Vivemos no mundo da "reestruturação", "sustentabilidade", "estratégia", "adequação à estrutura da empresa", "ajustamento", "assegurar a viabilidade". Ah, e trabalhadores, parece que também já não existem. Somos todos colaboradores. Faz sentido: colaboramos com as empresas, cada vez menos fazemos parte delas.
10/10/12
Detesto
com todas as forças que consigo retirar de cada músculo que possuo nos meus não-sei-quantos-nem-interessa-para-o-caso-quilos o "CC e o "BCC" dos emails. No primeiro caso, não entendo a diferenciação de destinatários quando pretendo que todos tenham acesso à informação que estou a enviar, já no segundo caso, só imagino um abelhudo a ouvir uma conversa que não lhe diz respeito, um otário a fazer confidências a uma plateia camuflada e um perverso a gozar à grande e à francesa.
09/10/12
08/10/12
Ainda assim,
este até parecia daqueles ministros de quem se podia esperar alguma coisa de inteligente, mas infelizmente, parece tão desorientado como todos os outros. O único consenso que consegue gerar é um descontentamento absoluto por parte de estudantes, professores e encarregados de educação, o que bem somado deve dar para aí 80% da população portuguesa. Fora os descontentes por simpatia, eu incluída.
03/10/12
Por favor, que
acabem (bem ou mal, quero lá saber) as histórias da miúda da manifestação mais a do rapaz que correu a cidade à procura de uma outra miúda que afinal tinha sido contratada por uma marca de perfumes. Há todo um mundo de boa ficção para descobrir, para quê perder tempo com estes enredos de quinta categoria?
01/10/12
27/09/12
25/09/12
«Dois indivíduos
«abordaram a mulher, de 78 anos, e o marido, de 80, quando trabalhavam no campo. Contaram-lhes que os pensionistas iam ser aumentados em 20 euros cada um, mas que precisavam de um comprovativo de morada. Deram boleia à mulher até casa, um deles entrou com ela para procurar o comprovativo e deitou mão a um guarda-jóias, um envelope com dinheiro e um fio de ouro que ela tinha ao pescoço»
ou
«Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons».
(Fontes: Correio da Manhã e Carlos Drummond de Andrade)
24/09/12
07/09/12
03/09/12
31/08/12
30/08/12
29/08/12
O homem
foi CEO de várias empresas, director de uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, é contra o aborto e o casamento entre homossexuais e, maravilha das maravilhas, está pronto para construir um muro na fronteira sudoeste dos EUA. 'He´s a good and decent man',
she said. O que querem mais? Maçadores, estes norte-americanos.
28/08/12
27/08/12
24/08/12
Oferecem-se
alvíssaras a quem encontrar um opinion leader com trejeitos de intelectualóide que não inicie a sua dissertação sobre o dossier RTP a dizer que não tem televisão e que nem sequer sabe quem é a Catarina Furtado. Obviamente, que a falta do referido electrodoméstico não impede nem invalida nenhuma posição sobre o assunto - que pode e deve ser discutido nas suas múltiplas dimensões - mas que tem graça ouvir estes senhores falarem sobre o que acham que é melhor para as massas alienadas e rendidas ao Goucha e ao Marcelo lá isso tem.
22/08/12
O Pingo Doce
é um bocado como as auto-estradas em Portugal: foram razoavelmente bem construídas, cobrem uma boa parte do país, são cómodas e servem os interesses de quem as utiliza. Os descontentes têm sempre alternativas: estradas nacionais, itinerários complementares, autocarro, comboio, mota, bicicleta, skate. Imagino que o conforto não será o mesmo, mas a vida é mesmo assim, feita de opções. A Deco não resolve tudo e parece que os iogurtes do Lidl são bem bons.
21/08/12
A minha
memória anda uma treta mas tenho ideia de que foi em 2004 que o então primeiro-ministro José Sócrates deu uma entrevista ao Expresso onde, além de se caracterizar como um "animal feroz" ou coisa que o valha, fartou-se de fazer citações, à média de uma por resposta. A verborreia valeu-lhe um ataque cerrado, sobretudo dos mais distintos intelectuais cá do nosso Portugal, que não apreciam ameaças ao seu monopólio de competências literárias. Pois bem, ando a lembrar-me muito desta entrevista ultimamente e não é por causa das tais citações - até porque não retive nenhuma com excepção da tirada autobiográfica já mencionada - mas sim porque me apercebi ultimamente que não há jornalista, cronista, escritor, político ou criatura que dê uma entrevista ou escreva uma opinião por esses muros e murais fora que resista a encher de citações quaisquer meia-dúzia de caracteres que lhes ponham à disposição. Para essa gente amável e amiga, sempre com um Dostoievski na ponta da língua pronto para exibir ao mundo, deixo aqui um pequeno contributo. "O melhor estilo é o que narra as coisas com simpleza, sem atavios carregados e inúteis". (Machado de Assis, pois).
17/08/12
16/08/12
Não sei se andei
distraída nas últimas silly seasons, mas tenho a percepção de que esta foi
violentamente atacada por uma epidemia de celebrações de defuntos famosos. É
como se vivêssemos num infinito 1 de Novembro de acesso reservado: não há dia
que não se assinale nascimento ou morte de actor, escritor, músico, pintor,
dramaturgo, poeta, jornalista. Tantas e tão diversificadas honras fúnebres a assaltar-nos
sistematicamente o quotidiano estival só podem querer dizer que já não há muitos vivos com
interesse para enaltecer. E os que existem, é bom que morram entretanto se
ainda querem ficar para a história desta estação.
14/08/12
Comissões organizadoras
dos festivais de verão deste Portugal ponham os olhos no nosso Pedro, que descobriu o segredo para ter casa cheia nos seus eventos, garantindo boas imagens televisivas, reduzindo custos e mantendo o espírito da pobreza com dignidade. Aposto que o nosso prestável Aníbal deu uma ajuda à festa, convocando os seus amigos no FB para encher o salão de 1500 lugares.
13/08/12
Perdi
(ou não, conforme a perspectiva) a cerimónia de abertura dos JO (cá estou, a aproveitar a última oportunidade para demonstrar proximidade com esta grande festa de amizade e de união entre os povos) e portanto, ontem, para me penitenciar decidi deitar um olho ao evento de encerramento. Em boa hora o fiz (dispensar apenas um olho ao momento, esclareça-se). Tirando a performance das renascidas Spice Girls, perdão, a gritaria das renascidas Spice Girls, que me fez rir às gargalhadas, foi como se estivesse a ver um medley dos momentos mais pirosos (se é que há outros) do Eurofestival, o que confirma uma velha tese minha de que os ingleses são bipolares e, portanto, capazes do melhor e do pior, sendo que, ontem, definitivamente, não tomaram a medicação.
(uma síntese deste festival de horrores aqui)
(uma síntese deste festival de horrores aqui)
10/08/12
09/08/12
08/08/12
06/08/12
Cá
está uma explicação possível para a minha galopante incapacidade de diferenciar músicas. É divulgarem amanhã um estudo que anuncie o mesmo principio para 'os novos valores da literatura' e então, sim, serei uma mulher que viverá em paz com as suas (aparentes) limitações, sem culpas nem fantasmas.
03/08/12
Ontem, ao fim da tarde,
ocorreu-me que "basta uma noite de Agosto para esquecer. Maravilhosa é a hora, com a luz a morrer, em que se sente que finalmente se desceu a uma temperatura com a qual se pode viver", hoje encontro na poesia do MEC esta tradução perfeita do meu pensamento e continuo a acreditar em coincidências felizes.
30/07/12
O melhor
das Olimpíadas não é a conversa do Barão de Coubertin sobre a paz e a amizade entre os povos e o espírito olímpico e etcetera e tal. Toda a gente está em Londres para fazer boas marcas e boas exibições e, consequentemente, ganhar medalhas. Para mim, o melhor dos Jogos Olímpicos são as imagens. Um regalo para a vista, aqui e aqui.
27/07/12
Dúvidas que me inquietam
As pessoas que não têm férias em Julho, Agosto ou Setembro
não podem ler livros de férias? As pessoas que têm férias têm que ler livros?
Os livros de férias não podem ser lidos fora desse período? Há livros escritos
propositadamente para serem lidos nas férias? O que diferencia um livro de
férias dos outros todos? Os livros podem ir de férias sem as pessoas? O que são
livros de férias?
26/07/12
Chegou-me agora por email -
directamente de um departamento de comunicação de uma empresa -"tire-me uma dúvida: é um procedimento normal, o jornal escolher a fotografia que quer?". Estou na dúvida se devo responder a esta competentíssima funcionária (ou colaboradora, como ela prefere sempre dizer) em formato de história infantil ou com uma bonita ilustração em aguarela.
25/07/12
24/07/12
23/07/12
20/07/12
19/07/12
18/07/12
O que
me enche de expectativa nesta notícia em relação à próxima geração de norte-americanos está na «política actual que permite às famílias falarem sobre a sexualidade em privado». Diria que este é um pequeno passo para os Boy Scouts mas grande, gigantesco, para a humanidade em geral e para estas desempoeiradas famílias em particular.
16/07/12
13/07/12
A mesma inquietação
12/07/12
Apesar do assunto
ou não-assunto conforme a perspectiva já provocar náuseas, estou curiosa para saber o resultado disto. Por princípio e convicção, não aplaudo movimentos que se destinam a combater 'padrões de comportamento', mas também não obedeço a nenhuma regra que não mereça uma excepção.
11/07/12
O que
realmente me apetecia agora era entupir o Astro do maior número possível de impropérios e ordinarices que a minha imaginação conseguisse alcançar mas como acho que ninguém tem que levar com a minha diarreia verbal vou sair de fininho e fazer força para acreditar que a Maya me reserva uma carta óptima para os próximos 25 anos.
09/07/12
Três estados de espírito
no regresso de férias: consumida de curiosidade para saber se o próximo sabor do Tasty Cup que o Público vai
distribuir será de cozido à portuguesa ou de bacalhau com grão, levemente enojada com as notícias em torno de um certo e determinado não-assunto e muito saudosa das fiéis havaianas que me acompanharam na última semana.
02/07/12
28/06/12
27/06/12
26/06/12
Ao contrário
da miss mundo, acho que o mundo precisa de alguma maldade. Em doses moderadas, é saudável e estimula a imaginação e o sentido crítico. Mas podia muito bem ter sido distribuída de forma equitativa ou, em alternativa, ter efeitos a longo prazo como o colesterol, proporcionando lentos e agonizantes ataques cardíacos a todos os que concentram valores elevados de fel no sangue.
25/06/12
Um dia,
irei compreender, tenho essa fé, cada um tem a sua, porque razão 30 graus em Junho justificam tantos directos da Praia da Carcavelos. Assim, no imediato, não me ocorre explicação para este fenómeno transversal a todas as estações de televisão, que envolve jornalistas de cócoras e de microfone em punho a interpelar pessoas deitadas no areal e a questionar crianças sobre a temperatura da água como se fosse uma informação de manifesto interesse nacional.
20/06/12
19/06/12
Meu bebé pequenino:
Ainda talvez podia ir esperar-te lá acima, mas não me disseste onde, nem me dás a certeza das horas. Não quis telefonar-te por duas razões — a primeira porque é desagradável telefonar assim, mesmo dando um «recado» fingido, para uma casa onde é o teu primeiro dia; depois porque não tenho telefone, de onde fale sem me ouvirem, e não quero falar-te de modo que outros ouçam. Os três telefones, onde às vezes falo, são, um no Café Arcada, e aí falar é falar em público; outro, na Papelaria Vieira, que está nas mesmas condições; o terceiro num escritório onde vou e esse telefone é no meio do quarto principal, onde estão os empregados.
Aguardo, pois, combinação melhor e ocasião propícia para te falar e ir esperar para os lados da Av. Almirante Reis.
A empresa continua em organização. Eu estou mal de saúde e de nervos, mas isso não tem importância. Mal tenho tempo para escrever.
Amanhã passo na tua rua, vindo da Baixa, e portanto do lado do Conde Barão, entre o meio-dia e meia hora e a uma hora.
Adeus, minha Íbis. Além de tudo estou muito cansado.
Muitos beijos do teu, muito teu
Fernando
(daqui)
Aguardo, pois, combinação melhor e ocasião propícia para te falar e ir esperar para os lados da Av. Almirante Reis.
A empresa continua em organização. Eu estou mal de saúde e de nervos, mas isso não tem importância. Mal tenho tempo para escrever.
Amanhã passo na tua rua, vindo da Baixa, e portanto do lado do Conde Barão, entre o meio-dia e meia hora e a uma hora.
Adeus, minha Íbis. Além de tudo estou muito cansado.
Muitos beijos do teu, muito teu
Fernando
(daqui)
18/06/12
15/06/12
14/06/12
Em bom rigor,
este europeu, sabe-se lá porquê, insiste em não produzir em mim uma nesga que seja de interesse. Não encontro nenhuma lógica nesta indiferença embora também não a tenha procurado. Mas eis que, no meio desta estranha apatia futebolística que se apoderou de mim, há um neurónio meu que desperta para o tema. O motivo tem a ver com o Cristiano Ronaldo. Não com a sua compleição física, que nem essa me entusiasma, mas sim com este chorrilho de críticas e acusações que se abateu sobre o rapaz. A bem dizer, o meu neurónio não despertou com a surpresa, porque não há nenhuma aqui: jogadores, políticos, estrelas de cinema e telenovela e afins estão sempre na calha para serem criticados por inerência da profissão. O que irritou o meu neurónio foi constatar mais uma vez que há muitos portugueses - que falam na TV e nos jornais, nos cafés e nos sofás, no comboio e no supermercado - que continuam a acreditar que uma partida de futebol depende de um jogador barra herói. O rapaz é milionário, tem uma namorada gira, joga num dos melhores clubes do mundo, está no seu pico de forma, logo tem que salvar a nossa honra. Tem que marcar e desmarcar-se, correr, fazer acrobacias com a bola, fugir aos amarelos e às provocações com elegância e sobretudo não pode falhar. Ora pois, não pode falhar. That´s the point. Não pode porquê? Onde é que está escrito que ele não é igualzinho a nós com as suas fraquezas e os seus momentos de menor inspiração, que é imbatível e que vence jogos sozinho? Infelizmente, tem aparecido escrito em tudo quanto é jornal nos últimos dias, portanto, o meu neurónio cansou-se e acaba de partir em busca de novos interesses.
12/06/12
«Os ciúmes
tingiram de sangue a freguesia de Pêro Moniz, no Cadaval. Um homem de 29 anos, despeitado por ter sido trocado por outro, assassinou na noite de domingo a antiga companheira, a qual se encontrava grávida de sete meses». Acompanha com a bucólica imagem de um moinho de Torres Vedras e podia ser o início de um romance mas é o lead de uma notícia do Público online, infelizmente, não assinada. E digo infelizmente porque desconfio de que o seu autor faz parte desta minoria.
11/06/12
Na verdade,
isto merecia uma queixa na Sociedade Protectora dos Animais. Porque carga d´água é que não respeitam a decisão do casal?
08/06/12
06/06/12
05/06/12
04/06/12
Não queria
ser desmancha-prazeres, mas parece-me que 'sucesso' é uma palavra esquisita para se usar nestas circunstâncias.
01/06/12
31/05/12
30/05/12
29/05/12
Coisas que acho muito estúpidas no Facebook:
pessoas
que publicam nos murais dos outros, pessoas que colocam fotos suas em bikini
nos perfis, pessoas que falam na terceira pessoa do singular, pessoas que
detalham o seu dia-a-dia, na maior parte das vezes sem o mínimo interesse, e
pessoas que passam a vida a publicar citações ridículas com imagens de flores,
crianças, cachorrinhos, paisagens paradisíacas, ursos de peluche e afins. Em
suma, de uma forma geral, as pessoas parecem ser o pior do Facebook.
Espero
que ainda gozem o rescaldo do banquete. Que ainda sintam fresco o sangue com que impunemente se alimentaram durante o fim-de-semana. Que rebolem de prazer só de lembrar a extensão de pele que tão gentilmente disponibilizei sem oferecer resistência. Que se sintam felizes com o sucesso desta operação sem danos colaterais.
Nada mais me resta senão aceitar e reconhecer a derrota e comprar mais um tubo de Fenistil.
27/05/12
24/05/12
Keep it simple II
«As obras-primas devem ter sido geradas por acaso: a produção voluntária não vai além da mediocridade».(Carlos Drummond de Andrade)
23/05/12
Se dúvidas houvesse,
o
próprio faz questão de nos lembrar que é um visionário e que nós somos todos uns grandes sortudos por ele existir. Ou por nos proporcionar uma boa gargalhada, como é o caso.
22/05/12
21/05/12
Tenho
saudades do tempo em que os telemóveis só existiam no Espaço 1999, as redes sociais eram linguagem de nerds e os computadores eram máquinas gigantes trancadas em salas refrigeradas. Mas adorava que alguém investisse de uma vez por todas na tecnologia do teletransporte.
17/05/12
Conceito,
sustentabilidade, posicionamento, dinâmica, foco (e
derivados), diferenciador, corporativa, alinhado, estratégico, aposta, não sei
se odeio mais estas palavras se as pessoas que insistem em utilizá-las. Provavelmente, as pessoas: as palavras não têm culpa de entupirem a boca de tantos idiotas.
16/05/12
O desemprego a bater nos 20%
e eu arreliada com o azul-bebé, rosa-cueca, amarelo-limão e verde-água que invadem as lojas nesta altura do ano. De quando em quando, é saudável praticar o exercício da futilidade e do alheamento.
15/05/12
Que
garantia de sucesso - que é como quem diz de hipótese de formação de um governo que consiga governar - podem oferecer as eleições legislativas de Junho da Grécia? Os eleitores de Maio estarão então menos divididos entre Venizelos, Samaras e Tsipras? E estes entre eles próprios?
14/05/12
11/05/12
Post com dedicatória
Viver com medo do patrão deve ser das experiências mais angustiantes que se pode ter. É um medo que cristaliza, que vai destruindo por camadas a auto-estima de quem o sente, que remete para o horror infantil do quarto escuro sem recurso possível à figura materna, que atravessa o corpo num arrepio gelado. Viver com medo do patrão é um suplício, viver com medo de um patrão que não vale um caracol é uma morte lenta, dolorosa e, portanto, cruel de se assistir.
10/05/12
No limite,
para
isto tudo ter alguma graça, e já nem estou a pensar em variantes lusas do George Smiley, mas que os nossos espiões podiam ser um bocadinho mais sofisticados, mais inteligentes e não uns palermas que mandam relatórios por email e trocam SMS como adolescentes a combinar saídas à noite, isso podiam.
09/05/12
Isabel dos Santos
reforça no Astro Que Flameja para 20% e passa a maior accionista. A filha do presidente angolano controla agora os conteúdos deste blogue, onde deverá acontecer uma reestruturação a curto prazo. A nova estrutura accionista já anunciou mudanças na linha editorial embora afaste por enquanto a possibilidade de substituir a direcção (notícia em actualização, mais informação aqui )
08/05/12
07/05/12
As eleições
francesas tiveram um outro charme, claro, há todo aquele 'raffinement' próprio dos gauleses, mas na realidade o futuro da Europa passa muito mais por ajudar a resolver esta confusão do que pelos planos do Sr. Hollande ou pelos estilistas favoritos da nova primeira dama.
27/04/12
Não
sou daquelas que acha que a televisão embrutece, simplesmente porque não lhe reconheço esse poder todo sobre mim. Eu é que mando nos meus electrodomésticos. Eles só existem para me servir e para me obedecer. As regras são estas e é nesta condição que eles entram na minha casa e na minha vida. Nos próximos quatro dias, não terei televisão e isso é uma coisa que está a mexer com o Luís XIV que habita em mim. Oxalá não me veja obrigada a afogar as mágoas no frigorífico.
26/04/12
24/04/12
23/04/12
18/04/12
Ando a ficar sem alternativas
à imprensa portuguesa, ele está no meio de nós, julga-se um cidadão do mundo, mas é só um insuportável menino submisso, que quer fazer os melhores e mais imaculados TPC da turma para levar com os mimos da prof e esfregar na cara dos colegas que não o deixam jogar à bola no intervalo.
12/04/12
11/04/12
O autor
do post anterior escreveu um dia que 'a dúvida é um dos nomes da inteligência'. Tendo a concordar com ele: ter opinião sobre tudo - especialmente se for fundamentada e além de ser muito maçadora - revela uma incapacidade crónica para a aprendizagem e para a imaginação.
As duas inabilidades juntas dão falta de inteligência, portanto bate certo.
10/04/12
«Se esta manhã
e este encontro são sonhos, cada um dos dois tem de pensar que o sonhador é ele. Talvez deixemos de sonhar, talvez não. A nossa evidente obrigação, entretanto, é aceitar o sonho, como temos aceitado o Universo e ter sido engendrados e ver com os olhos e respirar.»
'O Outro' ('O Livro de Areia', Jorge Luís Borges)
09/04/12
Assustadores
estes números, no dia em que arranca a campanha para as presidenciais francesas. Quem é que se chega à frente para dar uma aula de história a esta miudagem?
07/04/12
04/04/12
03/04/12
02/04/12
01/04/12
Quarto
mês do ano, suficientemente longe do fim do anterior, mas ainda a cheirar a novo; uma luz que não existe noutro, brilhante e húmida; as intermináveis noites frias a terminar; o calor a invadir-nos docemente sem magoar; a hortelã da ribeira, o rosmaninho e as estevas na planície alentejana; a saudade de um dia inteiro e limpo que não vivi; um nome que deriva do Latim Aprilis e que significa abrir. A natureza ofereceu-me o meu mês favorito para nascer e eu conto estar à altura para saber recebê-lo pela 40ª vez.
30/03/12
29/03/12
3 considerações matinais
se gostamos de uma cidade ou vila por associação a uma ou mais pessoas, o contrário serve para explicar a aversão que começo a sentir por Cantanhede; leio que morreu Millôr Fernandes, ilustrador, jornalista, escritor, dramaturgo e seguido por não sei quantas pessoas no Twitter e concluo que já não há obituários como antigamente; tenho dificuldade em manter sequer uma conversa de circunstância com um homem que veste calças vermelhas.
28/03/12
22/03/12
Com dedicatória
"E, assim, lidos, viajados, falando vários idiomas, maridos das melhores mulheres – os nossos idiotas têm também os melhores cargos e exercem as funções mais transcendentes. Eu disse que estão por toda a parte: – na política como nas letras, nas finanças como no cinema, no teatro como na pintura. Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: – ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina".
«O óbvio ululante: as primeiras confissões», Nelson Rodrigues
21/03/12
20/03/12
19/03/12
A boa notícia
aqui é que os senhores da McDonald's acabam de anunciar que "a partir de hoje, vão fiscalizar mais de 1400 restaurantes na China". Que é como quem diz, até agora andava tudo em auto-gestão, incluindo as asas de frango.
18/03/12
16/03/12
15/03/12
Esta
senhora encanita-me. Bem sei que não é suposto contar com grandes gestos de rebeldia das mulheres dos ditadores - que levam à letra, a bem ou a mal, aquela coisa do 'na vida, na doença, na morte, na maldade' - mas esta senhora perturba-me. Praticamente barricada num país mergulhado no caos, por responsabilidade directa da família a que pertence, ela entretém-se "a gastar milhares de dólares em compras pela Internet em artigos de design, desde mesas a candelabros de Paris, até jóias, ou aconselhando uma amiga a comprar um conjunto de fondue" (aqui). A Asma é uma mulher estranha. Muito estranha.
13/03/12
É que esta nova vaga
de gestores ultra-modernos, normalmente na faixa dos 30/40 anos, super pró activos e empreendedores, com fartos currículos onde não falta o seu MBAzito e o domínio completo do Business English, são muito muito bons no que fazem, atingem facilmente os seus objectivos de negócio, têm uma visão global do mundo, só não sabem é escrever uma simples e inocente frase num português correcto.
12/03/12
É um alívio
saber que a velha e culta e democrata e civilizada Europa está nas mãos de senhores como este petit descendente de húngaros, doutorado em contorcionismo político e demagogia barata.
09/03/12
08/03/12
07/03/12
05/03/12
01/03/12
A fazer fé
nisto, acho um regresso um bocado esquizofrénico. É que não se vislumbra um upgrade do pântano, bem pelo contrário. Agora estamos mais para o pantanal e não será uma demissão que nos vai salvar.
28/02/12
Com dedicatória*
Porque os outros
se mascaram mas tu não
Porque os outros
usam a virtude
Para comprar o
que não tem perdão.
Porque os outros
têm medo mas tu não.
Porque os outros
são os túmulos caiados
Onde germina
calada a podridão.
Porque os outros
se calam mas tu não.
Porque os outros
se compram e se vendem
E os seus gestos
dão sempre dividendo.
Porque os outros
são hábeis mas tu não.
Porque os outros
vão à sombra dos abrigos
E tu vais de
mãos dadas com os perigos.
Porque
os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
* para a mulher mais generosa e valente que conheço, que faz anos hoje.
27/02/12
26/02/12
23/02/12
Acho interessante
que da entrevista que o nosso verdadeiro primeiro ministro deu ontem à TVI24, só se fale da tolerância de ponto que não vamos ter no Carnaval de 2013 (exemplo 1 e exemplo 2 e exemplo 3). Digo interessante, assim, na perspectiva de esclarecedor, porque se quisesse ser totalmente sincera diria que é uma tristeza.
21/02/12
17/02/12
«Quem
me dera ganhar o suficiente para a minha mulher ficar em casa», diz um colega de trabalho a propósito das declarações do tal cardeal que recebe amanhã os anéis e os barretes cardinalícios das abençoadas mãos do Papa. É uma pena que não ganhe o suficiente para não trabalhar de todo. Em nenhuma empresa e especialmente naquela onde me encontro.
«Depois do episódio da República,
que mesmo assim não afectou - ou afectou pouco - o interior do país, desde meados do século XIX, nunca o país deixou de viver num Estado poderoso e vigilante (...) Salazar, de resto, organizou, alargou e consolidou a repressão. Com alguns brevíssimos sobressaltos pelo meio, a herança que a ditadura legou foi uma herança de conformismo e obediência, que permanece viva, e frequentemente dominante, no Portugal de hoje, com a sua complacência e a sua democracia (...) A troika escusa de se preocupar. Cá na terra nós fazemos sempre, ou quase sempre, o que nos mandam. E não gostamos nada de aventuras».
Vasco Pulido Valente, no Público de hoje, e com carradas de razão
15/02/12
Se não contar
com a mesquinhez de algumas criaturas com quem tenho o azar de me cruzar
periodicamente na vida mais o barulho daqueles aspiradores urbanos que sugam as
folhas das árvores como se tivessem que arrancá-las do manto terrestre, haverá poucas
coisas na minha pacata existência que me tirem mais do sério do que uma reunião
de condomínio. Acabo sempre a jurar a mim própria que vou comprar um monte alentejano com uma distância de mais de 100 quilómetros dos vizinhos mais próximos, que não deverão ter, em circunstância alguma, mais de 60 anos.
13/02/12
Balanço do fim-de-semana
Um espantoso livro, uma exposição
acima das expectativas e um filme coxo. Zero televisão, muitas horas de sono. Sol e frio. O
equilíbrio quase perfeito.
10/02/12
09/02/12
Sinceramente,
já não há pachorra para estes soundbytes do nosso primeiro. Alguém lhe enumere, por favor, as virtudes do silêncio. Em desenho, ilustração, tabela, conto, poema, linguagem gestual, qualquer formato serve desde que ele se cale durante os tempos e que nos deixe trabalhar. Que é afinal para o que cá estamos todos.
08/02/12
Folhas
de horas e de obra, relatórios de despesas, power
point vários com actualizações diárias e semanais, gráficos de excel, status, livros de ponto. Actas e agendas de reuniões. Reuniões. Briefings
e propostas. Estou em contraciclo. A cultura do rigor, da exigência e da organização entedia-me de morte.
07/02/12
É gira, tem estilo
e uma
educação esmerada em colégios de Inglaterra e dos EUA. Tem preocupações
sociais: fundou uma associação para promover a cidadania activa e a
participação dos jovens na política. Tem preocupações com o património e quer
recuperar 'sítios arqueológicos' da Síria. Tem dois filhos, bonitos, saudáveis,
impecavelmente bem vestidos e, muito provavelmente, bem-educados. No essencial,
é uma mulher dos nossos dias: moderna, inteligente e culta. Podia viver na
Fifth Avenue e pedalar diariamente no Central Park ou num palacete na Avenue
Foch mas não vive. É cidadã da Síria, onde habita com o marido, Bashar
al-Assad, que apoia ‘incondicionalmente’.
05/02/12
03/02/12
«É preciso
fazer um corte com uma ideia demasiado artística que perpassa alguma arquitectura. Esta disciplina tem uma série de motivações (o sítio onde actua, o que daí se vê, os materiais que se podem ter, o dinheiro existente para se gastar, o programa a que tem de se responder) e é com isto que inventamos os objectos (...) As tensões estéticas e artísticas têm de existir no interior da arquitectura, mas não podem existir separadamente, ou ser procuradas à partida. A arquitectura não procurar efeitos desses à partida: isso é kitsch».
Manuel Graça Dias, hoje no ípsilon
02/02/12
Dica de saúde e beleza para um dia de greve
O exercício de assimilar, compilar e correlacionar dados absolutamente díspares sobre, por exemplo, o número de maquinistas que se baldaram hoje ao trabalho pode melhorar e muito a capacidade dos neurónios mais mandriões, estimulando as células cerebrais e prevenindo doenças degenerativas.
31/01/12
Alguém devia
ter percebido, algures em 2006, que 16 mil
camas eram um sonho megalómano que não iria servir ninguém. Desconfio que em 2012 ainda deve haver muitos que acreditam na ilusão de um novo destino turístico da Europa, capaz de atrair magotes de veraneantes obesos e endinheirados em busca de novas "experiências sensoriais" e de campos de golfe. A diferença é que a crise pode decidir por nós, o que em certas circunstâncias como esta é manifestamente bom.
27/01/12
25/01/12
24/01/12
Não aprecio diminutivos
especialmente quando usados de forma gratuita. Soam-me a falso e podem ter duplos sentidos: há dias em que são uma demonstração de afecto, outros em que não passam de uma inconveniência avassaladora.
23/01/12
Um dia,
ainda gostava que alguém me explicasse esta nossa estranha fixação com os Fura dels Baus. Ok, os senhores sabem fazer grandes espectáculos de encher o olho mais exigente mas há vida para além de toda uma parafernália de luzes e sons e projecções de vídeo e equipa gigantescas que até metem locais e tudo. Acho que Guimarães merecia uma coisa diferente. Única. E já agora, nossa.
20/01/12
11/01/12
10/01/12
Horror dos horrores,
parece que a exposição ao fumo dos facínoras que aliviam o vício à porta dos restaurantes é uma ameaça à saúde pública. Na qualidade de potencial criminosa, sugiro que me poupem a este crescendo furioso de legislação restritiva e saltem directamente para o episódio em que me irão deter em casa, com pulseira electrónica e termo de residência. Não há necessidade nenhuma de prolongar esta novela. Como em qualquer formato do género, os vilões são sempre castigados no final.
09/01/12
Perderam
um bocado de gás é certo, já não produzem tantas quezílias e debates inflamados, também é verdade. Mas isso não é necessariamente mau. Assim à cabeça, é de louvar que - pelo facto de já não estarem na moda - desapareceram muitos blogues cujo conteúdo tinha tanto interesse para a humanidade como os rituais de acasalamento do mosquito tigre asiático. Grande Darwin.
05/01/12
"O essencial,
para aproveitar uma viagem, é tomá‑la como uma finalidade em si mesma. Andar pelo mundo um pouco ao acaso é muito agradável. Viajar sem ter um objectivo concreto é uma autêntica maravilha. Eu sinto que poderia assim curar-me de todos os meus vícios e de todas as minhas virtudes — no caso de ter alguma. O que jamais poderei pôr de parte é a minha recalcitrante vagabundagem".
(Josep Pla, retirado aqui)
04/01/12
02/01/12
Uma pessoa
até se esforça. E finge que não o faz. Que é uma palermice, que não vale a pena, que é sempre a mesma coisa, que não resulta. A questão é que não dá. É mais forte do que nós. Quando damos por isso, ups, já aconteceu, já é tarde demais para voltar atrás. Os desejos estão pedidos e agora não há ninguém que me tire da cabeça que eles não vão concretizar-se.
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